Ewá

Direção e coreografia: Rosa Antuña

Ewá, Euá ou Iyewá, é um Orixá feminino, filha de Oduduá e Oxalá de acordo com algumas tradições. Ela é a senhora da arte, da música e da poesia, mãe protetora dos artistas. É a senhora do canto mágico e também da fala que encanta. É a tradutora universal, a que possibilita o aprendizado de vários idiomas e o entendimento de todos eles. É também caçadora e protetora da caça e dos animais da floresta e divide com Obá a condição de padroeira das amazonas. Essa “Diana africana” é padroeira de tudo o que é belo que temos na terra e que os sentidos percebem.

Num tempo de intolerância, de autoritarismo e de ataques às artes e ao meio ambiente Ewá representa a resistência dos povos originários, das tradições de matriz africana e de todos que lutam pela igualdade de direitos e pela liberdade de expressão.

Ewá é o nome do espetáculo que será criado durante o período de quarentena, pela bailarina e coreógrafa Rosa Antuña em parceria com o músico e compositor Makely Ka, que criará a trilha e a executará ao vivo, explorando diversos timbres como violão, viola caipira, viela de roda e pedais de efeito.

Será um espetáculo de trinta minutos de duração, com  estes dois artistas, onde acontecerá um diálogo entre dança e música, entre corpo e timbres, movimento e som, ação física e palavra. Este trabalho está sendo criado durante a quarentena, na sala do apartamento onde os dois artistas vivem. O trabalho será apresentado em uma live ao mesmo tempo no Instagram e no Facebook. No Instagram usando o celular e no Facebook usando o computador. Além disso faremos também uma gravação e editaremos para postarmos no Youtube. Passada a quarentena este espetáculo poderá ser apresentado tanto em palco italiano, quanto em espaços alternativos e salas multiuso, podendo também ser fragmentado em esquetes de quinze minutos para pequenas intervenções artísticas.

“Ewá” traz a força do rito ancestral para a sociedade urbana contemporânea. Busca uma reflexão sobre a necessidade que existe hoje de equilibrarmos a vida na cidade com a vida na natureza. Onde possamos encontrar o ponto de harmonia para vivermos em comunhão com o meio ambiente, aprendendo com a terra a respeitar seus ciclos, seu tempo e seu espaço.

Escolhemos este Orixá por ser ela, entre tantas coisas, a protetora dos artistas. Encontramos neste trabalho uma profunda motivação para mantermos nossa chama criativa acesa e  podermos, assim, compartilhar com o mundo esta mensagem de força, persistência e esperança.

Ficha Técnica:

Direção e coreografia: Rosa Antuña
Trilha sonora original: Makely Ka